A chuva que
teve início na madrugada desta quinta-feira (3) obrigou mais de 3 mil pessoas a
deixarem suas casas no estado do Rio de
Janeiro, de acordo com a Defesa Civil do Estado. Os municípios mais
afetados foram Duque de Caxias, onde mil pessoas chegaram a ficar desalojadas,
um homem morreu e oito estão desaparecidos — cinco da mesma família —, em Angra dos
Reis, que evacuou 2 mil pessoas e contabiliza três
pessoas feridas.
Em Angra, 172
pessoas estão desalojadas. Em Mangaratiba, também na Costa Verde, o número
chega a 130, sendo 113 em abrigos e 17 em casa de parentes. Em Teresópolis,
50 pessoas ficaram sem suas casas, em cada cidade. Já em Petrópolis,
são 40 pessoas desalojadas.
O Instituto
Estadual do Ambiente (Inea) informou, por volta de 14h30, que o Rio Pavuna, em
São João de Meriti, também tem alerta máximo de transbordamento. Este era o
único município da Baixa Fluminense que não estava em alerta máximo. Os rios
Sarapuí, Botas, Capivari, Iguaçu e Saracuruna já estavam nessa condição.
Duque de Caxias
Em entrevista, o prefeito de Caxias, que
assumiu nesta terça (1º), disse que foi um acidente que o lixo ajudou a piorar.
Ele percorreu vários pontos da cidade e encontrou situações graves como uma
lâmina de água de quatro metros na localidade de Cristóvão.
“Tem uma ponte que
temos que recuperar em quatro ou cinco dias”, disse ele, anunciando que na
sexta-feira (4) se reunirá no município com o governador Sérgio Cabral e o
ministro da Integração, Fernando Bezerra.
Segundo Cardoso,
há possibilidade de cair mais chuva na cidade. "Não é certo que vai
chover, mas há possibilidade. A orientação é para todos os moradores
abandonarem áreas de risco. Quem mora em beira de rio deve preservar sua vida e
a de seus parentes. Não devem ficar em área de risco nas próximas 48 horas”,
alertou.
O governador
Sérgio Cabral determinou na manhã desta quinta a formação de um gabinete de
crise no Centro Estadual de Gestão de Desastres (Cestad), em virtude das fortes
chuvas que caíram na madrugada em cidades da Baixada Fluminense. Através do
Twitter do Governo do Estado, foi informado, às 13h16, que serão enviados 100
kits com cama e colchonetes e 100 kits de higiene pessoal para uma igreja que
já conta com 100 desabrigados em Duque de Caxias.
Três equipes da
Secretaria de estado de Assistência Social e Direitos Humanos serão deslocadas
para reforçar a organização dos locais de abrigamento. As equipes ficarão
baseadas em Angra dos Reis, Duque de Caxias e Nova
Friburgo.
O gabinete de
crise funciona na sede do Departamento Geral de Defesa Civil, na Praça da
Bandeira. No local, o secretário de Defesa Civil, Sérgio Simões, vai acompanhar
as consequências das chuvas no estado e traçar um plano de trabalho em conjunto
com as secretarias de Estado de Saúde, Obras, Assistência Social, Educação,
Meio Ambiente e com o Departamento de Recursos Minerais (DRM), informou o
governo do estado.
A Defesa Civil de
Duque de Caxias já atendeu mil pessoas até o início da tarde desta quinta,
informou o secretário Marcelo da Silva Costa. Os desabrigados ficarão em
igrejas da cidade. Segundo ele, o Governo do Estado tem apoiado com a presença
do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, do Samu.
“A integração com
o estadual é excelente”, disse ele, pedindo calma à população, e orientado para
deixarem locais de risco e darem abrigo a pessoas que tiveram de deixar suas
casas.
Segundo o secretário, as localidades mais atingidas
de Caxias são Pocilga, Pedreira, Cristóvão, Café Torrado, e Ponto 51.
Morte em Xerém
Uma pessoa morreu em Xerém,
em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em decorrência das fortes chuvas que
atingiram a região na madrugada. A morte foi confirmada pelo secretário de
Defesa Civil de Duque de Caxias, Marcelo Silva Costa. Segundo ele, o corpo de
um homem foi encontrado sob escombros provocados por um desabamento. A vítima
ainda não foi identificada.
Bombeiros de três
quartéis trabalham na região de Xerém. Segundo os bombeiros, oito casas
desabaram. Três pontes também foram destruídas pela enchente. Devido à chuva, o
Rio Saracuruna transbordou. Choveu 212 milímetros em 24 horas na localidade.
De acordo com a
Defesa Civil do município, vários pontos de alagamentos se formaram. Pessoas
ficaram ilhadas. Alguns moradores deixaram as casas com água na cintura,
levando os pertences nas costas. Diversos veículos foram arrastados. O bairro
da Mantiqueira é um dos locais mais atingidos.
O secretário de
Defesa Civil disse que ainda não é possível confirmar o transbordamento de uma
barragem na região. "Não há indício deste fato. O rompimento da barragem
não está confirmado", afirmou Marcelo Silva Costa. Segundo ele, a chuva
foi bastante significativa para provocar a enchente na área.
"Chegamos à
conclusão de que foi uma cabeça d’água, desencadeando uma enxurrada brusca que
trouxe uma grande avalanche de terra, árvores, pedras até as casas que estavam
no beira-rio”, disse Costa.